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sábado, 29 de setembro de 2012

Bolso cheio, cabeça vazia...

Seguir a moda, a futilidade de ter coisas da moda e ficar padronizado. Achava que isso era uma particularidade mais feminina. O que me deixava mais desconcertada por eu pertencer ao gênero e não possuir essas características. Porém hoje descobri que os homens também são bem fúteis e lêem revistas masculinas cheias de conteúdo fashion, algumas bundas e peitos de fora, claro, para não parecerem menos homens e muitos anúncios de coisas da moda, grifes, toda a futilidade das revistas ditas femininas. Dicas de como fazer isso e aquilo. Ai, quanta bobagem! A banalização de como viver, tendo isso e aquilo. Nada sobre caráter, valores, só a tal da aparência. Ai ai.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Prateleira

Hoje saí para fazer algumas coisas e acabei entrando na lojinha que tem na praça, ao lado da matriz. Não gosto de missa, mas gosto de ir à igreja quando está vazia, silenciosa. Fico lá sentada, pensando, rezando. Não gosto de natal mas gosto de presépio. Fiquei olhando os presépios que já estão expostos, os menores, os maiores, de pano, de cedro, de massinha. Gosto de ficar vendo miniaturas. E nessa loja tem uma prateleira com um aviso "Peça quebrada, peça comprada" ou algo parecido. E ela é uma tentação para mim pois fica no alto, não me arrisco a pegar nada, porque vai cair e vai quebrar. Minha mania de querer tocar as coisas. Acho que quero pegar essas peças só porque não alcanço. Toda vez saio de lá achando graça disso, do meu tamanho, da prateleira inalcançável! Quantos anos eu tenho mesmo?

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Against all odds...

Jimi Hendrix tocava a guitarra ao contrário, Sir Paul McCartney toca o baixo ao contrário, Charles Chaplin tocava violino ao contrário. Então, também vou fazer o contrário. Isso me lembra o episódio de Seinfeld, onde o George faz tudo ao contrário e se dá bem. Não é bem essa idéia, o negócio é que só farei o que eu quero e não o que querem que eu faça. É o contrário.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

The Notebook

Essa madrugada assisti 'The Notebook' de novo. Sabia que era baseado em um livro, mas descobri que é baseado em uma estória real. Quero encontrar o livro, em inglês de preferência. Gosto desse filme, não dele todo. Gosto das cenas que são lembranças, quando eles são jovens, não gosto da trilha sonora. Gosto mesmo a partir da cena em que Allie fica bebendo na banheira e vai atrás do Noah. E quando ele não a deixa partir, se coloca na frente da porta do carro e fica perguntando "o que você quer?" vezes seguidas e ela com aquela cara pálida. Tem a resposta na ponta da língua e trava. Às vezes achamos que sabemos o que é melhor para nós porque parece certo, porque combina, racionalmente falando. E achamos que estamos felizes. Mas aí, ouvindo Noah narrando a carta de despedida que enviou para Allie há muito tempo, dá para mudar totalmente de opinião. Porque às vezes passamos a vida achando que está tudo bem, e vamos seguindo sem saber que não estamos sentindo tudo que poderíamos sentir. Ficamos apenas na superfície, não sabemos que poderia ser melhor porque nos contentamos com o que parece certo, o racional, e deixamos passar o que realmente nos toca fundo. Falo de vários aspectos, desde fazer uma coisa que gostamos, seja por lazer, profissão, até ficarmos com uma pessoa só porque 'parece' que já é hora de ficar com alguém e aquela pessoa 'parece' certa. E nos acomodamos. Não pode só parecer o certo, temos  que sentir que é o certo, que é o que nos move, nos motiva, nos faz sentir mais vivos. Ao mesmo tempo mais animados e mais em paz, mais leves. É o amor que move a vida, amor por nós mesmos, por alguém, por alguma coisa.

Aqui o trecho da carta do filme:
"The best love is the kind that awakens the soul and makes us reach for more, that plants a fire in our hearts and brings peace to our minds (...)".

E sempre vale à pena ver Ryan Gosling nesse filme. Lindo de morrer com aquela barba.


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

L'amour toujours

And all the things you thought to be right were nothing but an illusion. It came out so fast and it drove you crazy. You wondered if it was a dream or love or confusion. Just accepted as if it was fate or something like that. Because it felt so good. And now you're all alone again. You don't look for love, you expect to find it. You never did it, neither looked out for it or found it. That's what you believe. You can't find something like that if you're searching for it. It just shows up at your face when you're not looking for it. Because it's not a reasonable or measureable thing. It's not just infactuation or desire or sex. It's all of these together and more. It's something that comes from the soul, you can not tell. It carries out desire and heat too but it has more than that. It brings light and the heart beats faster but in a very good way. It happens so fast that you can't even believe, you even doubt it, but you better not. Trust it, accept it, embrace it. 

"A life with no love is no life at all." (Leonardo Da Vinci)

sábado, 22 de setembro de 2012

Livros

Há três anos atrás consegui me desfazer de um hábito. Eu começava a ler dois, três livros ao mesmo tempo. E com isso me perdia e tinha que reler várias páginas para poder lembrar onde tinha parado. Era uma confusão na minha cabeçona e acabava demorando demais para terminá-los, quando terminava. Então comecei a reler os livros inacabados. E apesar da tentação, carregava apenas um livro comigo. Olha que loucura, quanto peso a mais eu carregava em minha bolsa! Três livros podem pesar uns dois quilos ou mais. Com isso consegui me organizar, li a série dos sete livros de Harry Potter em dois meses. Levaria menos tempo se não lesse apenas no ônibus e no metrô. E foi tudo bem até que em dezembro de 2011 ganhei três livros, dois sobre cachorros e uma biografia, fora que tinha me dado de presente de natal mais três livros. Adivinha quantos livros destes eu já terminei. Nenhum. Ah, mas começar, comecei todos, e agora olho para minha estante e fico escolhendo qual vou pegar primeiro para me desfazer de novo desse hábito DDA. Isso é a única coisa que me deixa realmente indecisa...

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Adjusting my expectations...again.

Parece que o inverno finalmente chegou, para dizer adeus, pois amanhã é primavera. Eu fico confusa com as pessoas porque eu acredito nelas. Às vezes consigo enxergar as pequenas desculpas usadas para não magoar ou para evitar algum constrangimento, também faço isso, não posso negar, mas eu ainda prefiro a verdade. Ela pode ser dita de uma só vez, com carinho, sutileza. Isso facilita com que ela seja dita. Agora a mentira não. Por menor que seja, ela muitas vezes terá de ser repetida para que o próprio autor acredite nela. É um saco. E por isso ela é pega, porque vai se modificando ao longo do caminho. A verdade não, é uma só. Quando dita com sinceridade, pode ser repetida e será sempre a mesma, sempre igual. Deve ser por isso que me comunico melhor com crianças e cachorros do que com adultos, principalmente os indecisos, cheios de dúvidas. Rosne, belisque, é melhor, mas não minta.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Meus melhores amigos

A vida tem muitas coisas gostosas, poderia fazer uma lista desde as que eu mais gosto até as mais unânimes, mas deixa isso pra lá. Hoje quero falar apenas de uma das coisas mais gostosas da vida. E é reencontrar amigos. Porque tem amigos que ficamos sem ver por muito tempo e quando estamos longe parece uma eternidade, principalmente se não mantemos contato. Se o que temos são apenas lembranças e saudade. Porém quando nos reencontramos nem percebemos quanto tempo passou, parece menos, bem menos. E a alegria de rever amigos está no olhar que brilha, no sorriso que se abre espontâneo, no abraço apertado, aliviado.
Mas existem amigos que são mais especiais. Nem todas as pessoas vão entender isso ou concordar. Hoje reencontrei muitos amigos que não via há exatos 69 dias. É, às vezes eu conto os dias. Nenhum deles me disse "quanto tempo" ou "que saudade!". Disseram, mas sem falar, com seus olhares, seus sorrisos de rabo abanando, seus pulos, seu abaixar de orelhas e cabeça, seus cumprimentos de sentar, dar a pata e esfregar a cabeça. Todos vindo em minha direção sem dizer nada me fizeram tão feliz. E disse a todos sem falar, também estou morrendo de saudades, também sinto sua falta! Meus amorecos, meus xodós, até meu amorzão, véio que é, largou o osso e veio me dizer oi. Meu xodozinho veio me trazer uma almofada como de costume. Meu magrelo favorito ficou ali de pé, cabeça com cabeça, por um bom tempo, sem deixar ninguém se aproximar. Minha negona veio brincar de passar  por baixo das minhas pernas, não esqueceu nossa brincadeira de todas as manhãs. Nem preciso mencionar como fiquei emocionada. Não chorei na hora mas agora lembrando, deu um nozinho na garganta. Sinto falta de cada um deles, e aqueles olhares de confiança, amizade e afinidade valem muito mais que palavras. São puros, verdadeiros, abertos. Não escondem nada. Palavras são apenas educadas, às vezes. Tenho muitos amigos e sinto falta de cada um deles, cabeçudos, peludos, os quadrúpedes mais amados. E ainda existem pessoas que tem certeza em dizer que os cachorros não pensam. Tenho certeza do contrário e também de que sentem muito mais que nós. Sentimentos melhores.










Dreams

São 2:50h da manhã, a insônia me agarra pelos cabelos às vezes. E o horário do blog nunca nunca está correto, ainda não descobri onde configurar. Então depois de ler, desenhar, escrever resolvi procurar um filme para assistir. E acabei encontrando You've Got Mail bem no início. Ainda bem pois detesto ver filmes começados. Assisti esse filme no cinema ao lado de um amigo e um namorado que era um cara insensível e egocêntrico. Na época não enxergava isso claramente, mas logo depois abri os olhos e lhe dei uma bota. Depois revi esse filme algumas vezes, tem tantas coisas que gosto, música, cachorro, livros, Jane Austen, o desejo de amar e ser amado, fala de pessoas em relacionamentos acomodados, de sonhos e frustrações. E por mais que tenha visto este filme tantas vezes havia esquecido que nas cenas iniciais toca uma música que sempre gostei e que me fez lembrar de algumas coisas para as quais não estava preparada. As tais das gavetinhas que começam a se abrir e demoram a se fechar. Porque ela diz "eu quero mais, impossível de ignorar, impossível de ignorar. Eles se tornarão realidade, impossível de não acontecer, impossível de não acontecer". E então a única coisa que me vem à cabeça é que o que nos impede de realizarmos nossos sonhos é pararmos de sonhar. 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Change is everything

Change. We don't like it. We fear it. But we can't stop it from coming. We either adapt to change or we are left behind. But here's the truth: sometimes, the more things change, the more they stay the same. Despite everything is the same, it's very, very different. And it's not difficult. It's unbearable. But  sometimes, oh, sometimes change is good. Sometimes change is everything.

Não posso atribuir esse texto a mim. É uma lembrança de algo de algum episódio de Grey's Anatomy. Não sei se é exatamente assim, mas é como memorizei. Coloco a tradução abaixo.

Mudança. Não gostamos disso. Tememos isso. Mas não podemos evitar que ela chegue. Ou nos adaptamos ou somos deixados para trás. Mas eis a verdade: às vezes, quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem iguais. E apesar de tudo continuar igual, é muito, muito diferente. E não é difícil. É insuportável. Mas às vezes, oh, às vezes mudar é bom. Às vezes mudar é tudo.



terça-feira, 18 de setembro de 2012

Todo mundo quer ser feliz


Há certas horas em que não precisamos de um amor. Não precisamos da paixão desmedida. Não queremos beijo na boca. E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama.
Há certas horas que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado, sem nada dizer.
Há certas horas, quando sentimos que estamos para chorar, que desejamos uma presença amiga a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir.
Alguém que ria de nossas piadas sem graça. Que ache nossas tristezas as maiores do mundo. Que nos teça elogios sem fim.
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade inquestionável. Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado.
Alguém que nos possa dizer acho que você está errado, mas estou do seu lado.
Ou alguém que apenas diga sou seu amor, e estou aqui!

William Shakespeare

Não tive um centésimo de milésimo da capacidade de Sir Will de escrever esse texto, mas senti cada palavra em meu corpo magro depois de um dia tão intenso quanto hoje, que já é ontem. Já é amanhã. Sorte daqueles que sem buscar encontram esse amor. Era tudo que eu precisava hoje, e ontem, e amanhã. Sir Will conhecia o amor, a dor, o sofrer, a saudade, o medo de amar, o medo de ser amado, todos os sentimentos que fazem parte da vida, que ainda é a mesma desde aquela época, e as pessoas também ainda são as mesmas porque sentem as mesmas coisas e ainda sofrem e sentem dúvida e buscam o amor e fogem do amor e encontram a dor e se confundem e se perdem e se encontram.
E Sir Will é o homem mais sábio do universo do amor.

domingo, 16 de setembro de 2012

Ser humano

Eu nunca vou saber como é ter asas. Posso fechar meus olhos e imaginar que estou dentro da copa de uma árvore, bem alta, voando aqui e ali. Mas nunca saberei como é.
Eu nunca vou saber como é ter quatro patas. Queria correr com quatro patas, seria bem mais veloz. E teria muito mais alegria pelo simples fato de correr, correr e correr até cansar. E então deitar e descansar. Sem me preocupar com mais nada.
E nunca vou saber como é viver no fundo do mar. Deslizar pela água, ter nadadeiras, mergulhar fundo, nadar quilômetros, subir para respirar.
Posso imaginar, posso imaginar tudo isso, mas nunca saberei como é.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Lição de casa

Desde que o mundo é mundo o ser humano se pergunta qual o sentido da vida. Nunca estudei filosofia, tenho uma noção básica, o tanto que acho suficiente para mim. Porém se tem uma coisa em que acredito é que estamos na vida para aprender. Aprender o que? Aprender tudo! Desde que nascemos, exatamente depois de sairmos daquele lugarzinho tão tranquilo e confortável, já aprendemos a chorar, berrar quando algo nos incomoda, como a luz, o barulho, aquelas pessoas todas nos examinando, pesando, succionando. Aprendemos que o conforto acaba às vezes, que nem sempre podemos ficar no lugar que estamos tanto tempo quanto queremos. Aprendemos sobre o tempo. É, seu tempo no útero acabou, hora de cair fora!
Aprendemos que as coisas vão mudar, nem sempre para melhor, nem sempre para pior, mas vão mudar e nesse período de transição vamos aprender a nos adaptar. Aprendemos que temos que escolher a todo instante. A vida nos dá inúmeras situações para aprender, diariamente, se prestarmos atenção podemos enxergar a cada momento uma coisa nova para aprender. 
Acredito que todos temos que aprender a amar, a tolerar, a ser amado, a ter paciência, a dizer não, a dizer sim, a esperar, a se posicionar, a decidir. Podem ser situações grandes ou pequenas, mas elas estão aqui, todos os dias. Abra o olho, observe, aprenda a ouvir, vai perceber que a vida está exaustivamente nos ensinando.
E acredito também que cada pessoa tem lições específicas para sua vida, e ela lhe dará várias situações parecidas até que você aprenda. Sorte sua se conseguir aprender na primeira. Eu, cabeçuda que sou, às vezes levo três ou quatro vezes para aprender. Hoje dou risada, estou a-pren-den-do...
Agora, porque temos que aprender é outra estória. Deve ser para nos prepararmos para alguma coisa que eu não tenho idéia do que seja. Mas nesse meio tempo, vamos lá, fazer a lição de casa.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Só ria...

Seja feliz, não espere nada de ninguém, esperar dói. Isso quem disse foi William Shakespeare, claro que de um modo bem mais bonito, mas com a simplicidade tão perfeita dele de nos mostrar a vida. E Leonardo Da Vinci disse que a maior sofisticação que existe é a simplicidade. Acho que hoje eu queria estar na idade média, ou no máximo em 1820 e poucos, andando pelos arredores de Londres, com botas e vestido, como Lizzie Bennet, sentindo o cheiro do ar puro, ouvindo o silêncio, lendo um livro à luz de velas. Simples assim. As coisas que me deixam feliz são tão simples, acho que desconheço a sofisticação. E sou feliz assim. Meus sonhos, falo daqueles que sonho acordada e que sonho dormindo, são igualmente simples. Vejo os que realizei, que nasceram no meu coração, ainda me fazem sorrir. E sorrir é tão simples. Mesmo em um dia ruím, a testa se franze, os músculos enrijecem. Feche os olhos, pense em alguém que goste de você, pense numa lembrança agradável, uma situação engraçada, quando menos perceber já estará sorrindo. Sorrindo de você mesmo. E isso é muito bom.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Futebol na pracinha

Todas as tardes saio com meu porquinho e seguimos até a praça para bater uma bola. Hoje compensei minha ausência prolongada fazendo um caminho mais longo e diferente. Passamos em uma loja de plantas que tem aqui perto de casa, é bem grande, adoro passear lá e sentir o cheiro das plantas, especialmente quando acabaram de ser regadas. Levei o porquinho lá e entrei torcendo para que ninguém viesse me dizer que ele deveria esperar lá fora. Foi tudo tranquilo, passeamos por todos os corredores, ele cheirou todas as plantas possíveis. Geralmente quando estou com ele fico ouvindo rádio no fone de ouvido do celular, alheia, imaginando que estou em um lugar que nunca estive, que sou estrangeira, que ninguém me conhece. De repente ouço uma mulher dizer "é um porquinho?". O que? Como assim? Acordei da minha viagem ao exterior, tirei um dos fones, dei um sorriso e disse "é o meu porquinho!". E começamos a rir, expliquei que o apelidei assim e ela achou engraçado porque disse que viu de longe e achou que fosse um porquinho. Foi muito legal. Depois dessa conversa sem pé nem cabeça nos despedimos e fui com meu porquinho bater uma bola na pracinha. Hoje levamos a bola de futebol de salão porque a de tênis foi engolida pela palmeira, engolida, não achei de jeito nenhum. Gosto muito de jogar futebol, principalmente com ele, e jogo mal pra caramba.

Ensemble

Tu parts, tu arrives, tu parts, tu arrives. Je ne part pas, je reste.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Gavetinhas

A memória é uma habilidade que me surpreende. Às vezes me lembro de coisas tão antigas, frases inteiras. Outras vezes não sei a palavra que quero dizer. Esse fim de semana na praia me senti tão à vontade, tudo tão familiar. Ainda não me acostumei com a ausência do meu pai. Isso nunca vai acontecer. Me lembrei de várias pessoas que estiveram lá, ao tocar um objeto, ao ouvir uma música, ao olhar o céu lá na varanda. Mas uma coisa me intrigou, a memória parece uma gaveta, várias gavetinhas dentro da nossa cabeça. Elas vão se abrindo sem que você deseje e trazem sensações, barulhos, cheiro, cores. Uns mais interessantes que os outros, uns tão emocionantes que desejamos lembrar sempre. Só que a memória é quem manda em nós, e não o contrário. Porque estava lá, na rede, olhando o céu e de repente começaram a se abrir gavetinhas das quais saíam coisas que não pertenciam às memórias dali. De pessoas que nunca pedalaram comigo na praia, nem caminharam no fim da tarde junto de mim e do porquinho, nem estiveram naquela casa, naquela piscina. E essas memórias iam saindo e aumentando e crescendo e eu fui ficando confusa pois meu desejo era colocá-las de volta na sua gavetinha. Mas elas cresciam e cresciam e me enchiam de saudade. Eu tentava dobrá-las e elas cresciam e quanto mais eu dobrava mais elas cresciam. A única coisa que pude fazer foi sentir, deixar a saudade chegar e esperar que ela decidisse a hora de ir embora.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Occasion Occasione


Como uma estrela cadente, uma cegueira, uma lâmpada. 
Um passe de mágica, gotas de orvalho ou uma bolha de sabão.
Como um sonho, um relâmpago, uma nuvem.
Assim deveríamos encarar tudo que é circunstancial.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Paciente paciência

Às vezes temos que ter paciência e esperar as coisas acontecerem. Se estamos ocupados tudo passa mais rápido. Porém quando estamos sem muito o que fazer o tempo se arrasta. Eu queria um catalisador de tempo para acelerar esse período. É logo, em breve. Quanto é logo? Quanto meu coração precisa descompassar ainda até voltar a bater normalmente? Porque o corpo dói se não estou doente? Meu espírito está gritando dentro do meu corpo. Ele quer correr, urrar, desesperar. Chorar já não traz alívio. Berrar não me deixa mais calma. Quero correr daqui, quebrar os pratos, todos os copos, arremessar louças nas janelas. Quando isso vai acabar?

Bom dia!

Quando acordo de manhã e geralmente acordo com o meu porquinho pulando em cima de mim, muito bem disposto, abro a janela imaginando um céu azul, o sol, pessoas caminhando na rua. Então abro a janela e vejo um céu ruço, o sol escondido, as pessoas apressadas, a obra do lado, a obra atrás, a obra da frente. Dá vontade de deitar de novo. Mas na minha cabeça o céu está azul, o sol está lindo e o porquinho continua a milhão, de verdade, não só na minha cabeça. Então é isso. O bom dia que esperamos está dentro de nós, sai do nosso timo, que se expande quando sorrimos e abraçamos quem amamos. Então todo dia é um bom dia!

Reprise (on français)

01:10 da manhã. É um ótimo horário para recomeçar meu blog. Assistindo um desenho e  imaginando que logo terei conselhos para dar às pessoas que por aqui passarem. Gosto de falar de cachorros, música, livros. E gosto também de falar da vida e de como as pessoas reagem a determinadas situações. Basta se afastar um pouco e tudo se torna mais claro e suave. Quero ajudar as pessoas. Me contem seus problemas e eu lhes aconselharei. Não resolverei nada, apenas olharei de fora, sem o peso e a emoção de quem está carregando o fardo. Cada um carrega o fardo que consegue, isso eu sei. Nunca é pesado demais, às vezes é o modo como carregamos que não está funcionando.