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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Silêncio


Ela deveria ter dito "me liga sim" quando ele disse que talvez viesse para São Paulo. E deveria ter dito "um café, claro, me liga pra gente combinar" quando ele disse que levaria seus pais ao litoral e que poderiam tomar aquele café. Porque ela achou ótimo, queria vê-lo. E foi o que disse por dentro! Mas se conteve ao responder no teclado, por medo. Medo de se empolgar demais e criar expectativas e nada acontecer, como em outras vezes. Medo de mostrar o que sente. Deveria lhe dizer que sente sua falta. Mas e se ele não disser o mesmo? Já aconteceu assim. De novo, o medo.
Escreveu, reescreveu, mandou uma mensagem. E agora ele é só silêncio.
Apesar de tudo, dos textos afobados, sente-se aliviada por dizer o que lhe sufocava a garganta, por lhe perguntar o que ele quer. Ah, que pergunta difícil! O que você quer? E tão difícil quanto perguntar é ficar sem resposta. Ela ainda não sabe. Não sabe se ele se importou com o que leu, se apenas ignorou, se se ofendeu. Não sabe mais nada. Só sabe seu silêncio.









 


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