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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Especialidade: nenhuma!

Em 2007 li um livro chamado "Os Novos Renascentistas". Me esclareceu várias nuances da minha personalidade e da minha (in)capacidade de me concentrar em apenas uma coisa ao mesmo tempo. Foco, falta de foco. Com este livro descobri que posso me dedicar a vários assuntos ao mesmo tempo, preciso me organizar, mas é possível e é assim que funciono melhor. Que existem pessoas assim e isso é normal. Que não sou louca! Não é DDA (nem sempre), não é nenhum distúrbio psicológico. É uma característica da personalidade. Ainda sou a louca da família, mas tudo bem.
Não sou nenhum gênio como os citados no livro, capazes de grandes feitos eternizados até hoje, não chego aos pés deles, mas agora, depois de cinco anos comecei a fazer as coisas que queria fazer, por mais desconexas e distintas que fossem.
Minha experiência profissional é vasta e distinta, e me achava perdida por isso, até que um dia um cara que faz coaching me disse que eu não era perdida, era empreendedora (o que demorei a acreditar). Ela conta como hostess de bares de balada na Vila Madalena, de um restaurante fino e discreto  em Higienópolis, dois hotéis internacionais, atendente de room service nas urgências e na falta de alguém que falasse inglês e francês, barista no hotel na madrugada, professora de inglês, tradutora, vendedora de jóias (péssima por sinal, minha melhor venda foi uma aliança muito cara para um noivo que se apaixonou por mim), administradora de um haras falido, assessora de diretoria do melhor patrão que já tive até hoje, um cara excepcional, que me salvou em um momento muito difícil, assistente de marketing e parcerias deste mesmo empresário, recreadora e passeadora de três creches para cães, onde cuidava de uma média de 60 dogs por dia, amor, muito amor! E meu primeiro emprego foi em uma locadora de vídeo.
Estudei inglês (sou meio autodidata nesse caso, aprendi ouvindo Beatles), italiano, francês, e espanhol aprendi no México. Estudei alemão mas não aprendi. Fiz curso de teatro e cinema, de comissária de bordo, drinks e coquetéis e de tudo que se possa imaginar na faculdade, inclusive tosquia de ovinos e construção de cercas. E o que me deixa muito desconcertada é que gostei de todos. Então é (foi) difícil focar em uma atividade e me especializar e ser bem sucedida.
Hoje em dia tenho três objetivos distintos mas consigo me organizar e sei que poderei realizá-los. Há cinco anos atrás namorava um cara que me deixava louca porque me dizia que nada do que eu pensava em fazer daria certo, que teria que escolher uma coisa e seguir. Ouvi seu conselho enquanto estava apaixonada, depois dei-lhe um pé na bunda e voltei a fazer tudo que eu queria. E não me arrependo de nada. Nunca é tarde para seguir o próprio instinto. Agradeço a um amigo especial que me lembrou de como sou capaz. Talvez tenha a chance de um dia dizer-lhe isso pessoalmente.
Quero finalizar dizendo que ninguém tem o direito de te dizer que você não é capaz. O que te move são seus sonhos. Agora sei disso. Não estava louca, estava me preparando.

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